Banco Central do Brasil mantém taxas estáveis ​​e sinaliza prorrogação

Uma vista de drone mostra a sede do Banco Central em Brasília, Brasil, em 26 de dezembro de 2024. REUTERS/Ueslei Marcelino

O Banco Central do Brasil manteve as taxas de juros inalteradas nesta quarta-feira pela segunda reunião consecutiva de política monetária e sinalizou que as manteria inalteradas por um longo período, abandonando a linguagem que se referia à pausa como uma “interrupção” do seu ciclo de aumento de juros.Ainda assim, os formuladores de políticas mantiveram uma referência a possíveis aumentos, sugerindo que os custos dos empréstimos na maior economia da América Latina poderiam aumentar ainda mais, se necessário.

O comitê de política monetária do banco, conhecido como Copom, decidiu por unanimidade manter a taxa básica de juros Selic em 15%, seu maior nível desde julho de 2006, conforme previsto por todos os 41 economistas pesquisados ​​pela Reuters na semana passada.”O Comitê permanecerá vigilante, avaliando se manter a taxa de juros no nível atual por um período muito prolongado será suficiente para garantir a convergência da inflação para a meta”, afirmou em seu comunicado de política monetária.

Em julho, o banco central interrompeu um ciclo agressivo de aperto que havia adicionado 450 pontos-base à taxa básica de juros desde setembro de 2024 e enfatizou que o banco não hesitaria em retomar os aumentos se necessário – redação mantida no comunicado de quarta-feira.No entanto, os formuladores de políticas abandonaram uma linha anterior referindo-se à “continuação da interrupção” dos aumentos das taxas, o que havia ressaltado a incerteza sobre se manter as taxas estáveis ​​nesse nível seria suficiente para levar a inflação à meta anual de 3%.Os ajustes modestos sugerem que os formuladores de políticas estão mantendo seu plano de voo, com pequenas nuances refletindo uma melhora marginal em suas perspectivas de inflação, já que as projeções do banco para os preços ao consumidor melhoraram apenas neste ano.”A perspectiva de um corte na taxa de juros em 2025 está se distanciando”, disse a economista-chefe do Inter, Rafaela Vitoria, observando que o banco central manteve um “tom bastante agressivo”, deixando pouco espaço para cortes de juros de curto prazo, apesar das recentes melhorias no ambiente externo e na taxa de câmbio.

A cautela ocorreu mesmo com as expectativas do mercado para a inflação tendo se moderado em horizontes mais longos, onde estavam estagnadas há meses, um desenvolvimento bem-vindo para o banco central, que há muito tempo ressaltava preocupações sobre as previsões do mercado se desviarem persistentemente da meta de inflação.A moeda brasileira se fortaleceu desde a última reunião do banco em julho, aliviando a pressão sobre os preços de produtos importados. O real se valorizou mais de 13% em relação ao dólar americano até agora neste ano.

Muitos analistas veem essa tendência apoiando a desaceleração da inflação nos próximos meses, especialmente depois que o Federal Reserve dos EUA cortou as taxas na quarta-feira e sinalizou mais reduções neste ano, ampliando o diferencial das taxas de juros e aumentando o apelo dos ativos brasileiros para investidores em busca de rendimento.Mesmo assim, o Banco Central do Brasil manteve sua previsão de inflação de 12 meses no horizonte relevante para a política, agora o primeiro trimestre de 2027, em 3,4%.O economista-chefe da XP, Caio Megale, disse que os mercados esperavam pelo menos uma melhora marginal nessa frente.”O banco central está claramente deixando a possibilidade de flexibilidade da política monetária para o primeiro trimestre do ano que vem, em vez de para o curto prazo”, disse ele.A previsão de inflação para este ano foi revisada ligeiramente para baixo, de 4,9% para 4,8%, enquanto a projeção para 2026 foi mantida inalterada em 3,6%.Os formuladores de políticas disseram que o crescimento econômico do Brasil está moderando conforme o esperado, mas o mercado de trabalho continua resiliente.

Reportagem de Marcela Ayres Edição de Brad Haynes e Leslie Adler

Fonte: https://www.reuters.com/world/americas/brazil-central-bank-keeps-rates-steady-signaling-extended-hold-2025-09-17/

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